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terça-feira, 11 de novembro de 2008


A Causa da Infelicidade

O sofrimento faz parte da vida, mas não é a única dificuldade que é preciso enfrentar. Quando o sofrimento é muito profundo, o nosso maior desejo é escapar, não nos entregarmos a ele e, por isso, fazemos de tudo para negá-lo, arrancá-lo de nós como a erva daninha que arrancamos do nosso jardim…

Não existe outra saída para o estado de sofrimento senão reconhecê-lo, olhar para ele de frente, com a coragem de admitir a nossa fragilidade, visto que o sofrimento não diminui de intensidade quando o queremos tornar inconsciente ou inconsistente, pelo contrário ele aumenta.

Quando negamos o sofrimento , tudo o que fazemos ou pensamos fica contaminado por essa energia. Passamos, então, a irradiá-la e ela solta-se de nós sendo captada pelos que estão ao nosso redor. As pessoas mais sensíveis percebem claramente quando entram em contacto com alguém que está a passar por uma dor emocional, mesmo que ela não o manifeste o seu estado transparece.

Aquele que carrega consigo um sofrimento inconsciente, ao entrar em contacto com outros que se encontram no mesmo grau de inconsciência, pode ser vitima de uma projecção negativa e ser magoado de alguma forma, ou, ao contrário, pode magoar, numa projecção inconsciente do seu sofrimento. Afinal, atraímos e transmitimos aquilo que corresponde ao nosso interior.
A saída é não fugir do sofrimento, mas sentir a sua plenitude.
Falar dele se necessário, mas apenas como uma forma de deixá-lo partir, sair de nós e seguir o seu caminho.

O importante é ficarmos atentos para que a mente não utilize o sofrimento para nos manter presos ao papel de vítimas, seja do destino, ou de alguém em particular. Sentir pena de nós e querer obter atenção contando a nossa história a toda a gente, só fará com que permaneçamos paralisados no sofrimento, e sejamos cada vez menos reconhecidos e considerados.

O Plasma da consciência é a única defesa que temos para passar pelo sofrimento, pois só ela nos ajudará a atravessar esse túnel escuro e a encontrar a luz que sempre esteve à espera do nosso olhar, e nós nem conseguimos ver.
A felicidade ou a infelicidade não dependem de circunstâncias externas. Não há nem felicidade nem infelicidade nas coisas externas; o nosso estado de alegria ou de tristeza depende da nossa reacção a essas coisas externas.

Na verdade, as coisas não importam; o que importa é a nossa visão das coisas; tudo depende de como olhamos para elas. Por consequência, a importância é do indivíduo, e nunca do objecto: a importância está em nós e não no objecto que possuímos.
Daí que podemos dizer que a felicidade ou a infelicidade reside dentro de nós. Epictectus disse: ‘Se você está infeliz, saiba com certeza que você é a causa disso’. Eu diria a mesma coisa. Nós somos a causa da nossa miséria, e da nossa degradação, porque seja de que forma nos encontramos, nós mesmos permitimos essa condição…

Uma vida miserável é resultado de uma maneira errada de olhar e fazer as coisas; e uma vida feliz é o resultado de uma abordagem correcta em relação a tudo isso. Não esquecendo nunca, o nosso sonho, porque ele comanda a vida, e não esquecendo que sem obrigações também não pode haver direitos.

Por Manuela Pinheiro
Novembro de 2008

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